Ao longo da história, testemunhamos mudanças que afetaram totalmente a sociedade e os negócios, impulsionando empresas a se adaptarem a novos cenários, se reinventando constantemente. A internet e o avanço tecnológico são elementos que revolucionaram o mercado e a indústria, marcando uma nova fase para a cadeia de suprimentos, conhecida como logística 4.0.
O termo está ligado à quarta Revolução Industrial (Indústria 4.0) e à forma como as principais tendências da tecnologia afetaram o funcionamento das empresas e o desempenho dos seus processos.
Sua empresa está preparada para essa transição? Continue a leitura deste artigo, saiba tudo sobre o conceito, seus desafios e oportunidades. Confira!
Desde a Revolução Industrial na Inglaterra, no século XVIII, a sociedade e o mercado vivenciam evoluções. Esse, considerado o primeiro estágio, foi marcado pela mecanização de processos.
Depois, nos séculos XIX e XX, novas revoluções industriais aconteceram graças à modernização de técnicas que viabilizam a fabricação em massa. A transição da era mecânica e analógica para a digital deu início a partir da segunda metade do século XX.
Atualmente, no século XXI, a indústria e a logística 4.0 buscam repensar o modelo tradicional — conhecido pelos estoques altos e produção excessiva de bens — e usam a tecnologia como aliada para potencializar lucros, reduzir custos e atingir a alta performance.
O foco é na experiência do cliente, logo, procura-se personalizar cada vez mais a confecção de produtos e investir em ações que vão agregar valor à entrega final, promovendo mais agilidade e eficácia.
Nesse sentido, inovações como armazenamento na nuvem, Internet das Coisas, Big Data, inteligência artificial, entre outras ganharam protagonismo na cadeia de distribuição. As principais tendências são a integração total de etapas, automação de tarefas e uso da análise de dados para embasar as tomadas de decisão.
Conectividade, dinamismo, velocidade e máxima eficiência são palavras de ordem para quem quer ganhar competitividade nesse novo cenário e não ficar para trás. A logística 4.0 não é um assunto do futuro, e sim do presente.
Tudo isso contribui para elevar a produtividade e a qualidade das operações, tornando a logística mais rápida e inteligente, além de corresponder, positivamente, à expectativa do cliente, algo tão necessário para a fidelização.
O controle deve começar na gestão e se estender para as demais áreas, alcançando a todos os profissionais envolvidos, para que todos tenham ciência real de suas funções e entendimento da relação de dependência na condução do processo dentro do sistema.
A informação deve percorrer um caminho claro e transparente para eliminar ruídos na comunicação entre as equipes e com os clientes que, aliás, devem ser preservados no centro de todas as decisões.
As estratégias, quando bem-definidas, promovem resultados eficientes e fortalecem o negócio. É fundamental enxergar as novas ferramentas da tecnologia como investimento e não como despesa.
A aquisição de um software de gestão ou de novos equipamentos vai automatizar e modernizar os processos, melhorando a motivação dos funcionários e, na sequência, a produtividade — uma potencialização das chances de ampliação da carteira de clientes e serviços para diluir o valor investido em médio prazo.
Alinhar seu negócio com o que existe de mais moderno, com as orientações e práticas, é extremamente vantajoso para se manter relevante no mercado. Além disso, a logística 4.0 propicia vários ganhos para uma empresa. Acompanhe!
A era digital não só modernizou os processos, como possibilitou o armazenamento e interpretação de dados. As informações coletadas são utilizadas na análise detalhada dos processos, resultando em decisões mais acertadas sobre cada etapa.
É fundamental contar com uma ferramenta adequada de filtro e compilação dos dados para facilitar a análise — nem todos os dados são relevantes para considerar na tomada de decisão — e produzir um material relevante que sirva como fonte de consulta sempre que necessário.
Com uma boa base de dados é possível mapear os processos e avaliar desde a compra dos insumos e matéria-prima até a última etapa de entrega no destino final — um passo a passo que permite a sugestão de melhorias e correções.
Com a possibilidade de geração, coleta e análise de dados será mais fácil e prático avaliar em detalhes cada etapa e identificar possíveis erros e gargalos para evitar desperdícios e, consequentemente, custos.
O acompanhamento prévio das operações com o monitoramento de carga durante a jornada de transporte — possível com a tecnologia aplicada à logística 4.0 — pode reduzir os erros sistematicamente.
O trabalho manual deu lugar a processos automatizados, por isso, problemas com estoque ineficiente, erro de cadastro de produtos, separação de estoque, envio e entrega se tornam cada vez menos frequentes.
Com novas tecnologias, a manutenção dos caminhões utilizados nas operações logísticas pode ser acompanhada com maior rigor e cuidado. As anotações em sistema possibilitam o controle do prazo de revisão e do tempo de vida útil de recursos como pneus.
Contar com a tecnologia vai permitir que tanto a manutenção preventiva quanto a manutenção corretiva sejam realizadas em dia, para que a empresa não seja surpreendida com atrasos devido ao estado dos veículos não permitir um bom desempenho nas estradas.
A confiabilidade dos dados tende a aumentar com o uso de um sistema integrado com funções de mapeamento e rastreamento de carga. A conexão entre a base na empresa e a equipe em operação melhora o tempo de resposta, sobretudo, com informações precisas e seguras em relação ao tempo estimado de entrega.
Quanto tempo sua empresa leva para finalizar um processo logístico? Qual é o tempo médio de atendimento desde a compra do cliente até a entrega em suas mãos? Essas perguntas já têm respostas no conceito da logística 4.0.
Mesmo para entregas descentralizadas é possível criar rotas otimizadas, atendendo a um número maior de clientes em menor tempo. Graças à roteirização sistêmica você pode desenhar fluxos de entregas mais práticos, o que assegura rapidez e eficiência.
Um estoque enxuto e bem-gerenciado é aquele preparado para atender à demanda sem que a empresa se surpreenda com a escassez ou o excesso de produtos, ou seja, atua de forma controlada, com previsão de atendimento e reposição moderada de mercadoria.
Por outro lado, para aquele produto parado no estoque por um tempo superior ao previsto, o sistema deve ser capaz de apontar no controle para que as ações promocionais se desenrolem, a fim de recuperar parte do investimento e ceder espaço para outros com maior rotatividade.
Outro ponto favorável é que, com as rotas otimizadas, as despesas com combustível ou horas excedentes de trabalho dos motoristas poderão ser reduzidas e melhorar a gestão financeira para equilibrar os gastos — previsão de orçamentos, fluxo de caixa, adiantamentos de viagem, manutenções.
Se os processos dentro da empresa caminham de forma prática e dinâmica, os clientes serão beneficiados com remessas mais rápidas e menos falhas, além das informações sobre o pedido serem atualizadas no sistema e os preços mais competitivos.
Se a tecnologia mudou as características produtivas da indústria e influenciou os processos logísticos, o comportamento do consumidor mudou mais ainda. Com o passar do tempo e o acesso às fontes virtuais de busca, somente a qualidade do produto já não é mais garantia de compra.
O novo cliente espera que o fornecedor tenha outros diferenciais além de um bom produto. Há uma expectativa quanto à personalização do atendimento, inclusive no pós-vendas, quando o produto já terá sido entregue.
Uma venda de sucesso só pode ser considerada quando o cliente faz a recompra. Esse é um sinal de que ele se sentiu satisfeito da primeira vez e está disposto a uma segunda experiência.
Por isso, acertar o prazo de entrega ou deixar o cliente ciente sobre qualquer impacto no atendimento em tempo hábil demonstra a preocupação e o interesse da empresa com cada cliente, independentemente, do volume ou valor da compra.
Ter um sistema de vendas conectado à operação logística vai facilitar o trabalho de todos os envolvidos e demonstrar ao cliente a postura da empresa em relação ao uso da modernidade tecnológica a favor de um atendimento de excelência.
Para que sua transportadora não seja vista como obsoleta, você pode tomar várias iniciativas que vão garantir que ela esteja mais próxima do que se espera para a logística 4.0.
Vale lembrar que muitas empresas estão se movimentando para adequar esse novo cenário à sua realidade e encontrar meios de alcançar um número grande de clientes e despontar à frente da concorrência.
Na logística 4.0 não há lugar para processos manuais, engessados e sem controle informacional. Há um movimento dinâmico, sem volta, e a empresa que não se adequar contribuirá para o próprio afastamento ou até mesmo exclusão do mercado.
Confira nossas dicas do que você pode fazer para transformar sua empresa e oferecer serviços diferenciados.
Invista em sistemas e tecnologias — como o EDI (Electronic Data Interchange, ou seja, Troca Eletrônica de Dados) — que possam ser integrados com os de seus clientes, embarcadores, fornecedores e demais parceiros. Isso vai fazer toda a diferença na hora de acelerar o trabalho e evitar falhas.
Afinal, é muito provável que a troca de informações sobre pedidos, ocorrências e documentos fiscais seja intensa. Coordenar tudo isso manualmente apenas aumenta a margem de erro e gera perdas — de tempo e de dinheiro — e retrabalho.
Lembre-se: integração e conectividade são as palavras-chave da gestão da logística 4.0. O avanço da tecnologia apresentou ferramentas para aprimorar os processos e impor novo ritmo ao contexto logístico, mais dinâmico e personalizado.
O TMS (Transportation Management System) é um conhecido sistema de gerenciamento de transportes completo e robusto, indispensável para organizar a rotina de qualquer transportadora moderna.
Além de poder ser conectado aos sistemas dos seus parceiros, ele é capaz de controlar uma série de atividades, como:
Não se esqueça de que para manusear um novo sistema todos na empresa devem conhecer as funcionalidades e o modo de operação, para inserir e coletar dados de forma eficaz e ágil.
Tecnologias que viabilizam o rastreamento e comunicação a distância, como o GPS e a telemetria, permitem reforçar a gestão do transporte em tempo real. Com elas, o gestor acompanha o trajeto dos veículos e o desempenho dos motoristas.
Assim, use a mobilidade a seu favor para falar com seu condutor a qualquer hora e receber dele informações sobre o status da entrega ou ocorrências que possam prejudicar o envio.
Pelo sistema, saiba, de forma precisa, se determinadas rotas estão sendo cumpridas, como anda o consumo de combustível, qual o índice de falhas mecânicas, de multas, entre outros dados.
Essa é uma forma eficiente de evitar uma série de problemas como perdas ou acidentes devido à condução inadequada, roubos de carga ou abastecimento excessivo.
Mudanças sempre acontecem e as empresas devem se preparar para elas. No entanto, isso não é certeza de que o caminho será fácil. A transformação digital, que propulsou a logística 4.0, ainda representa um desafio para muitas organizações.
Um dos primeiros que destacamos está justamente relacionado às pessoas e à cultura organizacional. Por mais que sejam indispensáveis, muitos colaboradores se mostram resistentes ao uso de aplicativos e sistemas.
Os motoristas estavam acostumados à liberdade de traçar suas rotas e isso indica que gestores precisarão investir muito em capacitação para preparar suas equipes para utilizar corretamente os recursos tecnológicos.
Ao mesmo tempo, um grande obstáculo, sobretudo em um país com uma gigante e intensa malha viária — como é o caso do Brasil — é sincronizar o trabalho de embarcadores, fornecedores e transportadoras, que se esforçam para escoar estoques com lead time reduzido.
Para que isso se concretize, ressaltamos que o foco deve ser na integração, conectividade e otimização de todos os processos. Pessoas, ferramentas, setores, instituições e etapas da cadeia devem estar ligados e em sinergia.
Informações cruciais acessíveis em tempo real e centros de distribuição atualizados e inteligentes: essa é a premissa da logística 4.0, que não deve se perder em meio às dificuldades de impor mudanças.
Como você pôde perceber, a logística 4.0 tem o objetivo de maximizar os resultados e a eficiência da cadeia de suprimentos, tendo a tecnologia como aliada. Portanto, não perca tempo, prepare sua transportadora para essa realidade e aposte em uma gestão inovadora e contemporânea.
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