Com as novas modalidades de negócios, é possível contratar profissionais autônomos de forma segura, tanto para a empresa quanto para esse profissional. Mas como contratar uma prestação de serviços e poder pagar devidamente o profissional sem vínculo empregatício? Como ter os documentos regularizados para não sofrer nenhuma cobrança posterior e indevida? Isso é possível com o recurso fiscal chamado Recibo de Pagamento Autônomo (RPA).
Segundo a Lei 5.890/73, é considerado autônomo quem presta serviços, eventualmente, a uma ou mais empresas, bem como para outras pessoas físicas, sem vínculo empregatício. O autônomo não é subordinado ao tomador do serviço e assume riscos por conta própria. Além disso, mesmo que ele trabalhe de forma autônoma somente para uma empresa, esse fato não o qualifica como um empregado.
A maneira mais adequada para efetuar pagamentos para profissionais autônomos e garantir a legitimidade desse acordo de prestação de serviços é por meio do RPA. É sobre isso que vamos falar neste artigo. Para entender o RPA, como funciona e como emiti-lo, continue a leitura e confira!
Além disso, você poderá também realizar cálculos em nossa Calculadora de RPA gratuita. Ela foi criada tendo como base as regras para contratação de transportadores autônomos.
O Recibo de Pagamento ao Autônomo é um documento que comprova que profissionais autônomos contratados sem vínculo empregatício receberam pelos serviços prestados. Ele é emitido pela empresa contratante dos motoristas autônomos que não têm CNPJ.
Isso significa que um empreendimento pode contratar uma pessoa física para a prestação de serviços e formalizar essa contratação por meio do RPA. Portanto, essa é uma alternativa que permite a terceirização de atividades com o registro dos valores devidos e com o recolhimento de impostos, mantendo a empresa em conformidade legal. O RPA é um documento que substitui a emissão da Nota Fiscal Eletrônica de Serviço (NFS-e), pois o autônomo não emite essas notas fiscais como prestador de serviço. Assim, o RPA promove garantias, como:
Assim, é uma segurança para o profissional que executa o serviço e uma garantia para a empresa que se mantém regularizada nos seus deveres como contratante e pagadora.
O RPA é um documento utilizado para prestação de serviços ocasionais, com curta duração e que serão realizados por profissionais sem CNPJ ativo. As principais informações que devem estar presentes neste documento, são:
Também deve estar especificado o valor a ser pago pela prestação de serviços, tanto o valor bruto quanto o valor líquido, incluindo todos os descontos. Além disso, outra informação importante é a que se refere às atividades contratadas e pelas quais o prestador deverá receber.
A emissão deste registro deve ser realizada sempre que uma empresa (o que inclui transportadoras e empreendimentos logísticos) subcontratar um Transportador Autônomo de Cargas (TAC) para realizar um frete. Logo, esse acordo deverá ser registrado por meio deste documento.
Na prática, a emissão é feita pelo contratante do serviço e, embora o profissional autônomo também possa ser considerado um contribuinte, o responsável pelo recolhimento dos impostos é o tomador do serviço. Por isso, para que todos os valores sejam mensurados adequadamente, é necessário contar com os profissionais de contabilidade da empresa. Pois, isso pode exigir a realização de cálculos mais complexos durante a prestação de contas exigidas mensalmente.
Algumas das dúvidas mais frequentes em relação ao RPA são sobre quais impostos são retidos do profissional autônomo. Por esse motivo, listamos todos eles abaixo:
Atenção: dependendo da categoria que os prestadores de serviços se enquadram, outros impostos farão parte do RPA. No caso dos transportadores outro tributo que pode ser deduzidos é o:
Outro ponto crucial antes de configurar esses dados em seu sistema ou gerar o RPA é conferir esses dados com a contabilidade.
Faça as suas simulações na Calculadora de RPA abaixo, com os impostos da tabela 2023 considerando transportadores autônomos de carga.
Uma das vantagens em contratar profissionais terceirizados para a sua empresa é a de redução de encargos gerados pelo vínculo entre empregado e empregador no modelo de trabalho CLT. No cenário atual, o modelo de trabalho autônomo tem se tornado cada vez mais intensificado. Portanto, nesse contexto, os profissionais podem continuar atuando livremente com foco nas habilidades que têm e gerando renda para a sua sustentação.
Algumas empresas têm um sistema de gestão que permite a realização do cálculo completo, de forma detalhada e automatizada, compreendendo todas as informações importantes para a geração do RPA. Devido à alta tecnologia, o sistema oferece vantagens, como:
O RPA tem também uma relação com vários impostos. Por exemplo, o cálculo base do ISS vai depender das alíquotas cobradas por cada município, por isso, os valores podem variar de uma região para outra. Já na base de cálculo do IRRF, é possível utilizar o aplicativo da Receita Federal, que permite a contribuição de pessoa física ou mesmo realizar o recolhimento pelos sistemas de gestão da empresa.
Para as operações referentes ao INSS, acesse o site da Previdência Social no tópico de contribuições para empresas e realize os processos conforme orientado na página do site, observando com atenção todas as orientações para o preenchimento da Guia da Previdência Social (GPS).
Com base nas informações anteriores, você consegue perceber a importância de utilizar o RPA em caso de contratação de serviços terceirizados. Isso porque é necessário fazer o cruzamento de dados e prestação de contas com os recolhimentos devidos sobre cada serviço. Essa prática mantém a empresa em dia com suas obrigações tributárias, vinculando o profissional como trabalhador sem vínculo empregatício.
Terceirizar os serviços da sua empresa e reduzir os custos do seu negócio com as contratações de pessoal na sua empresa. Esse ponto é uma das maiores vantagens em trabalhar com profissionais autônomos, além de ser uma modalidade de negócios que está crescendo e ganhando cada vez mais visibilidade.
A escolha de um sistema para emissão de RPA — e de outros documentos —, envolve vários fatores que podem impactar a eficiência e a praticidade do processo de pagamento. Aqui estão algumas considerações essenciais:
Agora que você já entendeu o RPA como funciona, saiba que ele pode ser feito por modelo pré-pronto, impressos ou mesmo gerados pelo sistema de gestão de uma empresa. Deve-se observar todas as informações incluídas no documento para que sua validade seja legítima e em conformidade legal.
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2 Comments
No caso do TAC que prestou serviço para ETC, poderá ser feito RPA? ou após a lei do CIOT fica proibido qualquer outro meio de pagamento para esse profissional?
Bom dia, Rafael.
Nesse caso o RPA será importante para que o seu contador possa recolher e fazer a quitação de contribuições para esse autônomo, como INSS, IRRF, SEST/SENAT etc. No entanto, para cumprir a lei, o pagamento em si do frete envolverá o cadastramento da operação na ANTT (código CIOT) e Pagamento Eletrônico de Frete (PEF). Isso pode envolver o depósito em conta bancária do autonômo ou crédito em cartões próprios. Na questão número 11 das perguntas frequentes da ANTT sobre CIOT isso é esclarecido.
Em resumo, nessa operação envolvendo o TAC você precisaria tanto do RPA como do CIOT/PEF. No entanto, é importante que você conte com o apoio do seu contador para que não corra o risco de fazer esses procedimentos de forma incorreta.
Agradecemos pelo seu comentário. Espero ter ajudado! 🙂