Você conhece os principais tipos de fretes usados pelas transportadoras? Essas informações são fundamentais, já que influenciam a forma de cobrança do serviço e determinam as responsabilidades pela entrega de mercadorias.
Vale explicar que, além de diferentes tipos, também existem categorias distintas de frete, que impactam diretamente os custos das transportadoras. Com a crescente modernização das operações de transporte, aliada ao desenvolvimento do e-commerce, é cada vez mais necessário conhecer as opções de entrega para aumentar a produtividade e melhorar a rentabilidade do seu negócio.
Quer saber mais sobre o tema? Confira, em nosso artigo, as principais classificações dos fretes e descubra como prestar o melhor serviço para os seus clientes.
As atividades de logística exercem um papel de destaque na economia nacional. Sem os serviços de armazenamento de estoques e de entregas de mercadorias, nenhum outro setor alcançaria seu objetivo e o consumidor final não teria suas necessidades atendidas.
Esse mercado é bastante dinâmico e repleto de processos para que o objetivo principal — a satisfação do cliente — seja atendido. Para tanto, as empresas precisam investir em boas práticas de gestão e desenvolver estratégias que contribuam para o alcance de um serviço rápido, de qualidade, seguro e com preços mais interessantes.
Assim, para entender melhor os tipos de fretes, vamos analisar algumas características essenciais para definição da opção mais vantajosa, tanto para sua empresa, quanto para o cliente. Para começar, é importante saber que, em relação à responsabilidade pelo serviço de transporte e seus custos, existem duas opções: frete CIF e FOB. Confira, a seguir, as diferenças entre cada um deles.
CIF é a sigla para Cost, Insurance and Freight que, em português, significa Custo, Seguro e Frete. Essa opção indica os custos existentes ao embarcar um produto. Nesse tipo de frete, o vendedor é responsável por todos os custos e riscos relacionados à entrega da mercadoria ao destinatário.
Explicando melhor, as despesas (frete, seguro e impostos) são pagas na origem da carga. A empresa que contrata o frete também se responsabiliza pelo manuseio e pela entrega do produto ao consumidor final. Todos esses custos são diluídos no valor do produto. Um ponto que merece atenção nesse modelo é o fato de que a mercadoria pode ser considerada como “entregue” apenas quando está em posse do cliente.
O CIF é sempre interessante para empresas que vendem diretamente ao consumidor final, pois proporciona uma experiência mais tranquila para o cliente, que normalmente não tem o conhecimento necessário para assumir a responsabilidade pela entrega.
Além disso, como os custos são diluídos no valor final do produto, o processo se torna mais simples para o consumidor. No Brasil, a grande maioria dos fretes rodoviários é feita com essa modalidade.
O CIF é bastante utilizado por e-commerces que vendem diretamente ao cliente final. No entanto, em alguns casos de negócios B2B (entre empresas), esse frete também é viável. Isso ocorre, especialmente, quando o vendedor negocia grandes volumes com a empresa transportadora, já que a tendência é de redução de custos para o comprador.
A sigla FOB significa Free On Board e pode ser traduzida como “livre a bordo”. A ideia dessa expressão é de que o vendedor se torna livre de responsabilidade pela mercadoria assim que ela é embarcada. Nesse tipo de frete, o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria.
Ou seja, esse sistema é exatamente o contrário do adotado pelo frete CIF. Quem se responsabiliza por todos os processos logísticos é o cliente, inclusive pelo seguro e pelo pagamento do frete. Porém, isso só é feito após a entrega da carga ao seu destino.
O FOB é muito utilizado em negociações B2B, caso em que, normalmente, o comprador tem conhecimento sobre transporte e costuma ter parcerias com empresas transportadoras, o que facilita e agiliza o processo. Assim, o modelo costuma ser adotado quando o comprador considera ter condições mais interessantes de negociar e gerenciar o transporte do que o vendedor.
Além das diferenças relacionadas à responsabilidade pelo pagamento dos custos de frete e seguro, a tributação das duas modalidades também é distinta. No transporte CIF, os impostos incidem sobre o valor do frete e da mercadoria, enquanto no FOB, os tributos são específicos dos serviços de transporte.
Ou seja, no transporte CIF, o cliente paga um valor único, que é a soma do preço do produto, mais impostos, seguro e frete. Tudo isso é considerado como base de cálculo do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Isso é previsto na Lei Complementar 87/96, que estabelece que o frete deve ser incluído no cálculo do tributo, caso o transporte seja responsabilidade do remetente ou vendedor. No frete FOB, o valor dos tributos (além do ICMS, incidem impostos como IPI, PIS e Cofins) é calculado separadamente.
Como algumas operações podem gerar créditos de ICMS, a economia de tributos é um dos fatores que devem ser analisados para definição da melhor modalidade de frete.
No que se refere ao modelo de contratação, existem diversos tipos de fretes, que os empresários do ramo de transportes precisam conhecer. Aproveite a oportunidade para sanar todas as suas dúvidas sobre eles!
Para você compreender melhor como funcionam os demais tipos de fretes e serviços, é necessário antes entender a modalidade “normal”, ou seja, aquela em que a transportadora coleta a mercadoria no remetente e a entrega no destinatário. Nesse caso, não há outra empresa de transportes envolvida no processo.
É o tipo de serviço mais comum praticado pelas transportadoras. Nessa operação, devem ser aplicados os impostos designados para o tipo de regime da empresa ou conforme legislação do estado.
A subcontratação, como o próprio nome diz, ocorre quando a transportadora opta por não utilizar meios próprios para realizar uma entrega e contrata outra empresa de transportes para executar o serviço. Com prazos de entrega cada vez mais apertados e um mercado mais competitivo, tal prática se tornou comum.
Em muitas situações, ela garante entregas mais eficientes, além de contribuir para a expansão de rotas, agregando mais valor ao serviço e aumentando as chances de conquista de novos clientes.
Algumas empresas que se encaixam nessa modalidade dispensam o uso do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), exceto se esse documento for exigido pelo contratante. Há casos em que também podem emiti-lo sem incidência de impostos. Para verificar se o seu negócio se encaixa nessa situação, é necessário consultar um contador.
O redespacho é bem semelhante à subcontratação, mas tem suas particularidades e, por essa razão, não pode ser confundido. No transporte subcontratado, a transportadora principal contrata outra empresa para realizar o mesmo trajeto que faria (de A até B).
Já no transporte do tipo redespacho, a transportadora principal contrata uma segunda empresa do segmento para realizar o trajeto de B até C, já que ela mesma executou o trajeto de A até B. Ou seja, no caso do redespacho, ocorre um desdobramento da viagem em duas etapas. Assim, cada empresa faz o transporte em um dos trechos da viagem. Para as situações em que existem mais trajetos sob responsabilidade de outras transportadoras, cabe o caso a seguir.
O redespacho intermediário se aplica a empresas que não coletaram o material na origem — receberam de outra transportadora — e não o entregarão no destino, pois repassarão a carga para uma terceira transportadora. Por exemplo, uma primeira transportadora será responsável pelo trajeto A – B. O redespacho intermediário será feito no trajeto B – C e uma terceira empresa será responsável pelo trajeto C – D ou seu destino.
O transporte multimodal de cargas inclui, na mesma entrega, mais de um meio de deslocamento (ou modal). No Brasil, os principais modais utilizados são rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e dutoviário. Essa modalidade de transporte exige documentos eletrônicos específicos, como o CT-e Multimodal e CT-e Vinculado a Multimodal.
Assim, nesse tipo de transporte, o frete vinculado a multimodal é usado em operações cuja transportadora é contratada por um Operador de Transporte Multimodal (OTM) para realizar o serviço em um dos modais adequados. Também é possível optar pelo transporte intermodal, ou seja, que utiliza mais de um modal, para concluir a entrega.
Além das classificações que apresentamos, vale explicar que os fretes também podem ser divididos de acordo com as características das cargas. Esse é um dado importante para nortear as decisões da transportadora.
Isso porque determinadas particularidades das cargas têm influência tanto na maneira como o serviço é executado, quanto nos prazos de entregas e nos custos da operação. Saiba mais sobre isso!
Na carga fracionada, prevalecem pedidos com poucos itens ou com volume reduzido. Por isso, em tais situações, o veículo precisa ser preenchido com produtos de diversos clientes.
Imagine, por exemplo, que diversos varejistas da capital paulista, em São Paulo, contrataram sua transportadora. Um deles vendeu um aparelho celular, outro vendeu um par de tênis e um terceiro uma televisão. Todos têm como destino a cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais.
Em uma situação como essa, o mais interessante (e viável) é que as cargas sejam transportadas no modelo fracionado e que as empresas vendedoras dividam os custos de frete.
A carga lotação, também conhecida como carga completa, define a situação inversa da carga fracionada. Ou seja, trata-se de uma entrega de grande volume que ocupa, sozinha, toda a capacidade do veículo de transporte (ou uma boa parte dele). Por esse motivo, não há compartilhamento do frete e o produto segue diretamente para o comprador.
Além das características de volume, o peso também é um diferencial a ser considerado na hora de definir o tipo de frete. Afinal, existem cargas que, embora ocupem pouco espaço, têm peso elevado, o que faz com que o veículo atinja a sua capacidade, mesmo sem estar totalmente carregado.
Nesse caso, mesmo com espaço disponível, não há possibilidade de transportar outros itens ou maior quantidade. Assim, o frete acaba tendo um custo maior por unidade. Na situação inversa, de cargas leves e de grande volume, o custo do frete também aumenta, uma vez que existe uma limitação física (espaço do caminhão) para transportar mais unidades.
Vale observar que algumas empresas, ao optarem por essa forma de cobrança de frete, estabelecem um peso mínimo para viabilizar a entrega, evitando que o caminhão saia com um volume muito pequeno de mercadorias.
Por último, para compreender melhor as modalidades de frete, é preciso observar a classificação relacionada aos tipos de transporte. Trata-se de uma divisão bem simples, mas de grande relevância para as transportadoras:
Vale destacar que, em todos os tipos de fretes e serviços apresentados, a transportadora exerce um papel imprescindível e deve se responsabilizar pela emissão do CT-e.
Agora que você já entendeu as diferenças entre cada tipo de frete e suas particularidades, fica mais fácil saber quando uma modalidade ou outra é mais vantajosa. Assim, é possível elaborar a proposta mais interessante, tanto para sua empresa quanto para os seus clientes.
Para formalizar o valor ideal do frete, além de considerar as características do produto a ser transportado, é importante analisar alguns detalhes, como:
Depois de investir em meios para reduzir os seus custos operacionais e melhorar a gestão de fretes, será mais simples oferecer uma boa proposta aos seus clientes. No entanto, lembre-se de que um preço interessante sempre é um diferencial, mas, no setor de transportes, outros elementos são tão (ou mais importantes).
Quem quer prestar um bom serviço nessa área, precisa investir em meios que promovam maior agilidade, segurança nas entregas e confiabilidade do serviço. Afinal, de que adianta o frete ser econômico se a mercadoria vai demorar para chegar ou chegará com algum tipo de dano? Assim, é fundamental buscar a excelência no serviço, proporcionando a melhor relação custo-benefício aos clientes.
Conseguiu esclarecer todas as suas dúvidas sobre tipos de fretes e descobriu a importância de buscar a melhoria e a excelência na prestação de serviços? Para alcançar o sucesso nesse mercado, é preciso organização, inovação e muita responsabilidade com os prazos de entrega e com a segurança da carga. Ao buscar novos conhecimentos, você acabou de dar o primeiro passo.
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