Um programa de gerenciamento de risco em transporte é um conjunto de práticas adotadas por uma empresa como forma de minimizar prejuízos, ameaças e danos que possam afetar as operações logísticas e não proporcionar uma entrega de qualidade para o cliente.
Muitas transportadoras já entenderam que concentrar esforços para evitar problemas é muito mais eficiente do que consertá-los. Muitos riscos em logística são, infelizmente, inevitáveis, e envolvem aspectos internos e externos.
Acidentes nas vias e a crescente violência nas estradas do País — causas de roubos, assaltos e perda de cargas — são exemplos concretos de situações com as quais uma empresa transportadora precisa lidar. Diante desse cenário, ser proativo e encontrar meios de reforçar a segurança são as melhores atitudes para conseguir reduzir custos, oferecer um serviço superior e ter lucratividade.
Por ser tão importante para a saúde do negócio, a gestão de risco merece toda a sua atenção. Continue lendo e confira, a seguir, com ideias e iniciativas para fazê-la corretamente.
O gerenciamento de riscos é importante para direcionar como as ações serão conduzidas, com o intuito de lidar com eventuais ameaças. Por meio dele, é possível fazer um monitoramento e controle, identificar o grau dos riscos e demais ações relevantes para deixar o negócio protegido por situações inesperadas.
Todos os processos estão suscetíveis a riscos, mas existem alguns mais inerentes ao transporte de cargas. Veja, a seguir, quais são!
A falta de alinhamento das rodas dos veículos faz com que o consumo de pneus e combustíveis sejam aumentados. Além disso, caso o filtro de óleo não seja trocado no tempo apropriado, partículas podem entrar no motor, afetando pistões, cilindro, válvulas e anéis.
Em situações mais graves, pode fundir o motor por completo, gerando um prejuízo enorme para a companhia.
O roubo de carga gera um rombo financeiro grande nas transportadoras do Brasil, o que é um caso preocupante. Afinal, essa prática pode elevar de forma considerável o preço das mercadorias transportadas.
Outro risco é a possível indenização, muitas vezes bem alta, que deve ser paga pela transportadora que entrega as cargas com algum tipo de dano, ou que deixa de entregar o item devido a extravios.
A lei brasileira que versa sobre a regulamentação do transporte de carga é muito complexa. Isso significa que existem grandes chances da aplicação de multas quando o responsável pelo processo não entende sobre o assunto ou se encontra desatualizado.
Além disso, a falta de documentos obrigatórios durante o trajeto, como o CIOT, pode gerar a aplicação de multas, que podem chegar em uma média de R$550,00. Outro fator que incorre em multa é a falta de dados obrigatórios no Conhecimento de Transporte (CT-e) e a falta de cadastro dos veículos no RNTRC, com multas de R$1.500,00.
Existem várias estratégias que podem ser usadas para garantir um gerenciamento de risco em transporte eficiente. Entenda um pouco melhor como essa prática funciona!
Para fazer um bom gerenciamento de risco em transporte, comece elaborando um plano que vai nortear as demais ações adotadas pela empresa. Os passos que você vai precisar seguir são:
Como já foi dito, os principais riscos da movimentação de mercadorias no cenário brasileiro são:
Como vimos, as possíveis ameaças acontecem por diferentes motivos. Por isso, cada transportadora precisa fazer um diagnóstico para entender os problemas que atingem suas operações em maior ou menor intensidade.
Dessa maneira, é mais simples encontrar as medidas preventivas ideais e alocar custos adequadamente. Por exemplo, se a empresa tem questões recorrentes com perda de mercadorias ou trabalha com artigos de alto valor, deve considerar o investimento em tecnologias de rastreamento, câmeras nas dependências e, até mesmo, transporte com escolta.
O planejamento é uma etapa básica e, sobretudo, determinante para a gestão de riscos. Sem ele, o gestor não tem uma visão ampla dos perigos que rodeiam seu negócio e, consequentemente, não pensa em práticas de prevenção, nem protege seu patrimônio de forma efetiva.
Além do mais, é crucial reconhecer e saber mais sobre uma ameaça em potencial com antecedência para poder adotar a ferramenta ou ação correta para eliminá-la e disponibilizar recursos financeiros de forma responsável. Veja, a seguir, como elaborar um plano de riscos completo e que vai preparar a empresa para qualquer situação que surgir.
Praticamente todas as áreas da companhia têm algum tipo de risco. Por isso, é importante realizar o escopo do plano, avaliando os problemas que podem afetar uma etapa do processo, projeto ou planejamento estratégico.
Junte vários colaboradores que façam parte do processo e veja com eles os fatos que poderiam ocorrer, impactos, forma de precaver e o que fazer caso aconteçam. Anote todas as ideias e use os dados relevantes para elaborar os passos seguintes.
Anote os riscos e como eles podem prejudicar a transportadora. Por exemplo, altos índices de assaltos, que podem gerar o aumento dos preços dos produtos. Seja claro e objetivo.
Essas ações, práticas e condutas devem ser implementadas para agir sobre os riscos, reduzindo sua incidência ou seus impactos.
Para cada risco identificado, estabeleça se a possibilidade de esse risco se efetivar é baixa, média ou alta. Essa escala deve ser feita de acordo com as características do negócio.
Além da possibilidade de efetivação do risco, você também deve avaliar os impactos que ele pode proporcionar. Uma ideia é realizar essa classificação por meio de uma escala numérica.
Ordene os riscos que você encontrou e avaliou. Para isso, você pode uma o método de enumerar do mais crítico para o menos crítico.
A minimização dos riscos é uma forma de buscar maneiras de impedir que eles se materializem. Já a precaução tem a finalidade de diminuir os impactos, caso um problema se manifeste.
Geralmente, o foco maior é, primeiramente, impedir os riscos considerados médios ou altos. Esse impedimento também pode ser feito com os riscos baixos, mas a maior preocupação deve ser com os demais.
É muito importante entender o quanto conseguiu reduzir a manifestação dos riscos e suas consequências. Para isso, analise as estratégias aplicadas e os resultados obtidos. Também veja se os riscos se enquadraram em um nível aceitável.
Depois de saber quais são os riscos que envolvem as operações da transportadora, o último passo é definir como descobrir quando esses problemas vão acontecer, para então, compreender em que momento colocar as ações preventivas e corretivas em ação.
Uma ideia é contar com indicadores e alertas para auxiliar nessa questão. Dessa forma, ao longo dos processos, fica mais fácil identificar quando um risco se tornar bastante preocupante.
O gerenciamento de risco em transporte começa no processo seletivo de motoristas e colaboradores. São essas pessoas que cuidarão das cargas e as conduzirão até seu destino final. Logo, se elas não forem responsáveis, honestas e muito capacitadas, contratempos poderão acontecer.
Motoristas que não são sérios e apresentam mau comportamento ou hábitos ruins de condução representam um grande perigo. Com esse perfil, eles podem não cumprir as orientações da empresa e as regras de trânsito, causando uma série de problemas, como multas, acidentes e estrago de mercadorias.
Portanto, certifique-se de testar bem a capacidade dos candidatos no recrutamento e usar instrumentos para avaliar o comportamento de cada um. Aposte em uma seleção mais completa e inclua ações como:
Depois que você encontrou e contratou ótimos colaboradores para trabalhar, continue ajudando-os a aprimorar sua formação. Providencie cursos, workshops e capacitações para motoristas. Esse é um investimento que vale muito a pena. Em médio e longo prazo, quem sai ganhando é o seu negócio.
A gestão do setor do transporte se torna mais rápida e certeira com a tecnologia. Softwares completos e qualificados, como o TMS (Transportation Management System (em português, Sistema de Gerenciamento de Transporte), apresentam funcionalidades que automatizam praticamente todas as etapas da distribuição de cargas.
Com ele, o gestor tem mais visibilidade e controle do negócio e conquista benefícios como aumento da qualidade e da eficiência, além de redução de custos. Com uma ferramenta potente como essa, as informações podem ser acompanhadas em tempo real, o que ajuda a gestão de riscos em:
Os dados e relatórios fornecidos pelo sistema ajudam a gerência a entender a fonte de problemas, fazer as correções necessárias e orientar melhor sua equipe. Em resumo, o TMS é um aliado do gestor e contribui para a melhoria do desempenho da transportadora como um todo. Entretanto, existem outros módulos e ferramentas dessa solução que merecem destaque para a gestão de riscos. Acompanhe.
Para reduzir os riscos, é fundamental um bom controle sobre todas as operações. Para isso, existem softwares de gestão para transportadoras com funcionalidades responsáveis pelo controle integral de todas as cargas, como no processo de coleta, entrega e transferências entre estabelecimentos.
Essas ferramentas ajudam a evitar erros ocasionados por desencontro de informações e extravios.
Graças a tecnologias como GPS (Global Positioning System), é possível monitorar o status de uma entrega onde quer que ela esteja. O rastreamento veicular permite que a empresa acompanhe o trajeto de um veículo e sua carga até seu destino final.
Esse mecanismo é importante para a satisfação do cliente, que recebe alertas sobre a localização de sua mercadoria e fica mais tranquilo com a entrega. Para a empresa, essa ferramenta reforça o controle e a segurança.
Uma maneira de contornar obstáculos, como vias perigosas ou em péssimas condições, é por meio da elaboração de mapas otimizados de entrega. O roteirizador é capaz de calcular um trajeto com base em uma série de critérios e traçar o melhor caminho para que o produto chegue às mãos do cliente. A empresa configura o sistema e seleciona filtros como:
O roteirizador viabiliza a criação de um roteiro que atenda às especificidades do cliente e às demandas da empresa. Em poucos cliques, o programa desenha rotas e alternativas para evitar atrasos, roubos, número alto de pedágios etc. Assim, o condutor não é pego de surpresa e a viagem segue tranquila até o endereço do cliente.
O descarregamento é conhecido por ser o último estágio do processo de movimentação de mercadorias, já que é o momento em que o produto é entregue e o serviço é concluído. No entanto, um erro comum é pensar que o trabalho da empresa termina aqui.
O pós-venda é marcado pelas ações de relacionamento e atendimento ao cliente após a conclusão de uma compra ou serviço. Essa etapa — muito negligenciada em grande parte das empresas — é indispensável para o sucesso do transporte de carga.
Nesse ponto, a instituição tem uma verdadeira oportunidade de fidelizar seu cliente e coletar dados valiosos, que serão usados para planejar melhorias. Sendo assim, aproveite para pedir um retorno do seu cliente e, com esse feedback, faça correções para maximizar a performance e deixar suas operações ainda mais seguras.
O gerenciamento de risco em transporte é uma peça fundamental para que a transportadora seja mais competitiva e tenha um crescimento saudável. Ponha essas dicas em prática e potencialize os resultados do seu negócio!
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