O setor de logística é muito vasto, diversos produtos e mercadorias precisam de formas de entrega e práticas operacionais diferentes. Entretanto, técnicas que são aplicadas em um setor, podem se tornar apropriadas para outros, como é o caso do milk run.
Inicialmente utilizado na coleta de leite em fazendas espalhadas, o milk run é utilizado em diversos processos logísticos para agilizar as entregas. Confira o que é e como funciona este sistema!
O milk run é um conceito de logística que se refere a uma rota de coleta ou entrega de mercadorias em que um único veículo realiza múltiplas paradas em diferentes fornecedores ou clientes em um percurso previamente planejado.
O nome “milk run”, ou em tradução literal “corrida do leite” vem da prática de coleta de leite, onde um caminhão passava por várias fazendas recolhendo leite e depois entregava em um único destino, como uma fábrica de processamento.
Como o leite é um produto perecível, os veículos tinham um tempo curto para realizar a coleta, o que fazia com que precisassem seguir a rota e realizar a entrega dentro de horários pré estabelecidos para não comprometer a operação.
Com o passar do tempo, as estratégias utilizadas nestas coletas de leite passaram a ser utilizadas em outros setores que também precisavam de agilidade e otimização de recursos.
O Milk Run funciona em algumas etapas:
Primeiramente são reunidas as informações de coletas nos fornecedores para que seja traçada a rota que mais faz sentido para otimizar a coleta.
Neste momento, também é levado em consideração o tamanho do veículo para que as mercadorias coletadas não excedam a capacidade total e haja bom aproveitamento do veículo.
O veículo parte para a rota estabelecida e realiza as paradas em cada fornecedor para coletar os produtos. A ordem das paradas segue o planejamento, visando a maior eficiência.
Após coletar os produtos de todos os fornecedores, o veículo se dirige ao(s) destino(s) final(is), que pode ser uma fábrica, centro de distribuição ou cliente final.
Como vem sendo explicado ao longo do texto, o milk run consiste na realização de coletas dentro de rotas pré-estabelecidas para melhorar o tempo de transporte e otimizar a operação.
Já o cross-docking consiste na distribuição de mercadorias de forma otimizada. Quando um caminhão chega a um centro de distribuição, a mercadoria é transferida para outro veículo que vai realizar a entrega.
O objetivo do cross-docking é minimizar ou eliminar o armazenamento intermediário. As mercadorias passam pelo centro de distribuição de forma rápida, sendo redistribuídas quase que de forma instantânea para os destinos finais, o que acelera a entrega e reduz custos de armazenagem.
O sistema milk run oferece diversas vantagens na gestão logística, destacando-se as seguintes:
Ao consolidar várias pequenas coletas em uma única rota, o milk run diminui os custos operacionais, como combustível, pedágios, manutenção de veículos e mão de obra, ao mesmo tempo em que otimiza o uso da capacidade dos veículos.
O planejamento e a execução de rotas otimizadas permitem uma melhor utilização dos recursos disponíveis, reduzindo o número de viagens necessárias e, consequentemente, o tempo de transporte. Isso resulta em uma operação mais ágil e eficiente.
Em sistemas just-in-time, o milk run facilita a entrega frequente de pequenas quantidades de materiais, permitindo que as empresas mantenham estoques menores e mais ajustados à demanda real, o que reduz o custo de armazenagem e o risco de obsolescência.
Com menos veículos em circulação e trajetos mais curtos, o milk run contribui para a redução da pegada de carbono e menor impacto ambiental, alinhando-se com práticas de logística sustentável.
O milk run ajuda a garantir que as entregas sejam feitas no momento certo, evitando interrupções na produção ou falhas de abastecimento, o que melhora a coordenação entre fornecedores e a linha de produção.
O uso do milk run na operação logística é indicado em várias situações onde a eficiência e a otimização do transporte são essenciais. Aqui estão alguns cenários em que essa prática é mais recomendada:
O sistema just in time é quando a produção é realizada sob demanda, ou seja, a empresa produz apenas quando há pedidos, o que faz com que não haja estoque.
Em operações que seguem o sistema de produção JIT, os materiais precisam ser entregues em pequenas quantidades e em intervalos regulares. Sendo assim, o milk run é ideal, pois permite que a empresa receba exatamente o que precisa, quando precisa.
Quando uma empresa tem diversos fornecedores que entregam pequenas quantidades de materiais, o milk run ajuda a realizar essas entregas em uma única rota, reduzindo custos de transporte e tempo de viagem.
Imagine uma montadora de automóveis que precisa de várias peças de diferentes fornecedores.
Em vez de cada fornecedor enviar suas peças diretamente para a fábrica em horários diferentes, a montadora implementa um sistema milk run. Um caminhão parte da fábrica e passa por todos os fornecedores em uma rota planejada, coletando as peças necessárias.
Ao final do percurso, o caminhão retorna à fábrica com todas as peças coletadas, prontas para serem usadas na linha de produção, sem a necessidade de grandes estoques e com menor custo de transporte.
Em resumo, o milk run é uma estratégia que, quando bem implementada, pode trazer grandes benefícios em termos de redução de custos, aumento da eficiência e otimização dos recursos logísticos.
Em áreas urbanas congestionadas, onde o tráfego pode ser um desafio, o milk run permite planejar rotas que minimizem o tempo de viagem e otimizem as entregas.
Primeiramente avalie as necessidades de sua empresa para verificar se o sistema milk run atenderia.
Se você precisa realizar várias coletas dentro de um curto espaço de tempo e estas podem ser agrupadas em uma única rota para que um único veículo realize, o milk run pode ser interessante.
Avalie também se é viável colocar um veículo maior para realizar a coleta ou se vários veículos menores fariam de forma mais rápida ou mais barata.
Depois da análise inicial, vem o planejamento das rotas para otimizar ao máximo a operação.
Com base nos dados coletados, desenvolva rotas mais eficientes para coletar e entregar os materiais. Utilize softwares de roteirização ou sistemas de gestão de transporte (TMS) para criar rotas otimizadas.
Trabalhe com fornecedores e clientes para coordenar os horários de coleta e entrega. A integração é fundamental para que todos os envolvidos estejam alinhados com o novo sistema.
Solicite feedback dos motoristas, fornecedores e clientes para identificar possíveis falhas ou problemas. Use essas informações para ajustar e otimizar as operações.
Com base nos resultados, faça ajustes estratégicos no sistema, como redefinição de rotas, mudança na frequência de coletas/entregas ou até mesmo a ampliação do milk run para outras áreas da logística.
Neste texto, pudermos entender como um sistema utilizado em fazendas pode se tornar útil para outras áreas da logística. Entendemos o que é e como funciona o milk run e também como implementar este sistema.
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