Respeitar a legislação de trânsito é fundamental no transporte de carga por muitos motivos. Primeiramente, é uma forma de evitar acidentes, mantendo a segurança do veículo, da carga, do motorista e de terceiros. Além disso, a empresa goza de boa reputação no mercado e aumenta sua competitividade.
Uma das primeiras regras é a respeito do limite máximo de carga que um caminhão pode suportar. Desrespeitar esse limite aumenta os riscos de acidentes e sujeita a empresa a penalidades, que podem ser severas.
Neste post, vamos mostrar a capacidade de carga de cada tipo de caminhão e apresentar outras informações relevantes. Confira também o nosso Simulador de Capacidade de Carga e veja qual o tipo de veículo ideal considerando o peso em toneladas.
Capacidade de carga é o peso máximo que um veículo pode carregar. Há diferentes modelos de caminhão transitando pelas rodovias brasileiras, cada um com uma máxima de peso. Antes de falarmos sobre cada tipo de caminhão, vale explicar alguns termos:
O Peso Bruto Total Combinado é calculado em veículos como bitrem articulado e rodotrem, como veremos mais abaixo nos tópicos a seguir.
O VUC é menor e circula tanto em rodovias quanto pelo perímetro urbano. Suas dimensões se restringem a 2,2 metros de largura por 6,3 metros de comprimento, sendo que a capacidade total de carga pode atingir até 3 mil quilos.
O caminhão Toco, por sua vez, tem dois eixos na carroceria, na frente e na traseira do veículo. Ele pode alcançar até 14 metros de comprimento. Sua capacidade de carga chega a 6 mil quilos (a lotação sempre é dada em quilos). O PBT é de 16 toneladas (O Peso Bruto Total sempre é expresso em toneladas).
Ele é usado para transportar carga em geral e em mudanças, para transportar móveis, eletrodomésticos e outros bens.
Há ainda o caminhão Truck, que é chamado de 6/2. As dimensões de comprimento são as mesmas do Toco, mas em relação aos eixos, o caminhão trucado apresenta um diferencial importante: um deles recebe a força diretamente do motor para melhorar o desempenho do caminhão e isso permite transportar cargas com mais peso.
Com relação ao peso do caminhão vazio, o truck pode ter de 8.000 a 12.000, lembrando que a Tara pode variar de acordo com o modelo e fabricação do veículo. Ele aguenta de 10 a 14 mil quilos e seu Peso Bruto Total (PBT) pode atingir até 23 toneladas.
Esse tipo de caminhão dispõe de quatro eixos. Sua capacidade de carga máxima é de 22 mil quilos e o PBT é de 29 toneladas.
É muito utilizado para transportar cargas secas, mas se presta também para diferentes operações de logística, sendo bastante versátil.
Trata-se de um cavalo mecânico com dois eixos e, para transportar diversos tipos de carga, pode ser usado um semirreboque. Quando acoplado a um semirreboque de 2 eixos, suporta até 25 mil quilos e seu PBT é de 33 toneladas.
A mercadoria depende da carroceria que é usada no veículo. As carrocerias podem ser de grade baixa, refrigerada, porta contêiner, baú e outras.
O cavalo mecânico tem três eixos e é trucado (um eixo dianteiro e dois atrás). Esse cavalo pode ser atrelado a carreta de 3 eixos. Com essa composição a capacidade de carga máxima é de 32 mil quilos e seu Peso Bruto Total é de 41,5 toneladas.
Quando as rodas se encontram em contato com o chão, a carreta consegue menor pressão. É um veículo que pode ser utilizado com diferentes tipos de carroceria e costuma atravessar todo o país com diferentes mercadorias.
Esse modelo é formado por um caminhão trator trucado e dois semi reboques ligados entre si. Tem sete eixos e o PBTC é de 57 toneladas.
Seu comprimento máximo é de 19,8 metros e dispensa a AET (Autorização Especial de Trânsito) para efetuar o transporte de carga.
Esse veículo é composto por um caminhão trator trucado e por dois semirreboques integrados por outro veículo que é chamado de Dolly.
O PBTC é de 74 toneladas, que são distribuídas por nove eixos. Para transportar carga, o veículo precisa da AET.
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A Lei da Balança define os limites do peso de um veículo para que ele possa circular pelas rodovias. A legislação ficou conhecida popularmente como Lei da Balança e está fundamentada nas Resoluções nº 210/2006 e nº 211/2006 do CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito).
Se o veículo ultrapassar o peso permitido, o responsável pode ser multado. E transitar com peso além do permitido ajuda no desgaste do caminhão e contribui para consumir mais combustível.
A Lei da Balança é um tanto flexível e, por isso, faz algumas concessões em relação ao sobrepeso. Quando falamos de PBT, a tolerância é de 5%. Ultrapassado esse percentual, o responsável fica sujeito à multa e ao transbordo para que o veículo retome sua jornada.
Se você ainda possui dúvidas sobre a Lei da Balança, não perca esse vídeo do nosso canal do YouTube:
A tabela de capacidade de carga dos caminhões do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) resultou de algumas resoluções do CONTRAN:
Por meio delas, o CONTRAN regulamentou os artigos 99 e 100 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), em que constam os limites para as dimensões, o peso bruto e o peso por eixo, que devem ser considerados para todos os veículos de carga que transitam pelas rodovias do país.
Conforme a lei, a limitação pode ser realizada por eixo. Dividir da forma adequada o peso por eixo é muito importante para diminuir os impactos que o caminhão provoca no solo. Um veículo com peso excessivo sobre o eixo tende a gerar impactos mais prejudiciais ao solo, aumentando os desgastes das estradas.
Outra tabela importante é a da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A Tabela da ANTT fixa preços mínimos para as cargas de lotação — são fretes relacionados à ocupação total da capacidade de carga do caminhão.
Muitos perigos envolvem os caminhões que não respeitam os limites de capacidade de carga. Por isso, é importante, não só conhecer a capacidade de carga de cada tipo de caminhão, mas a legislação pertinente. O respeito à lei é fundamental para garantir a segurança da própria carga, do veículo, do motorista, das rodovias e de terceiros — e evitar prejuízos financeiros devido a acidentes ou penalidades.
Alguns talvez não saibam, mas a carga em excesso consome mais combustível, pois exige mais desempenho do veículo. Vamos analisar detalhadamente alguns perigos envolvendo peso excessivo na carroceria.
A distribuição irregular do peso na carroceria do veículo deixa-o sem estabilidade, fazendo com que o veículo sobrecarregado fique mais vulnerável a acidentes, inclusive tombamentos ou colisões.
Os tombamentos acontecem quando o centro de gravidade do veículo fica muito alto ou se desloca para um dos lados do caminhão.
Mesmo que esteja dentro do limite de peso, se a distribuição da carga estiver irregular, o caminhão pode ser multado por ultrapassar os limites por eixo. É o que fala o artigo 6º da Resolução nº 258/2007 do Contran.
Além de receber a multa, o caminhão só poderá seguir viagem depois que fizer o remanejamento de carga na carroceria para remover o excesso de peso sobre o eixo. O valor da multa aumenta à medida que o peso ultrapassa os limites, o que gera mais prejuízos ao motorista ou à transportadora.
Em alguns casos de excesso de peso, além das multas, podem ocorrer apreensões do veículo. Para liberar o caminhão, geralmente é necessário enfrentar alguma burocracia e despender mais dinheiro.
Sem a devida supervisão, a carga pode ficar distribuída de forma satisfatória, mas sem apoio ou amarração. Consequentemente, as mercadorias ficam balançando quando o caminhão faz curvas, dá freadas ou arrancadas. Elas entram em choque umas contra as outras e podem sofrer avarias. Sem a amarração firme, elas podem até cair do veículo.
Outro problema da distribuição irregular da carga sobre a carroceria é a sobrecarga do implemento, o que pode acontecer sobre os eixos ou entre eles.
Se o peso estiver sobre as rodas, os pneus sofrem muito desgaste, bem como a suspensão. A concentração de peso entre os eixos tende a causar danos ao chassi da carroceria, causando empenamentos e trincas.
Ciente dos perigos que envolvem o excesso de peso e a distribuição inadequada, vamos analisar como realizar uma distribuição adequada da carga sobre a carroceria do caminhão.
Já que a carga precisa ser distribuída ao longo de toda a carroceria, iniciar pelo eixo traseiro ajuda a visualizar melhor. Se começar pela parte dianteira e notar que a carga está ficando concentrada, terá mais dificuldades para corrigir.
Caso o volume da carga não seja suficiente para preencher toda a carroceria, o correto é deixar espaço tanto na dianteira quanto na traseira, excetuando-se as cargas de maior densidade ou indivisíveis.
Um dos principais problemas da distribuição errada de carga, como falamos, está relacionado ao peso, pois ele não pode ficar concentrado em um dos lados ou um dos eixos da carroceria.
Desse modo, se estiver carregando um mesmo tipo de mercadoria, o certo é distribuí-la uniformemente. Caso os produtos sejam de naturezas diferentes, o correto é organizar os mais pesados perto do assoalho da carroceria. Dessa maneira, o centro de gravidade do veículo fica mais baixo e melhora a estabilidade.
A distribuição uniforme da carga é a melhor forma de não sobrecarregar um dos lados ou algum eixo do veículo. No entanto, quando se trata de carga indivisível, a situação é diferente.
O primeiro cuidado é se certificar de que o veículo é realmente o mais adequado para o transporte daquela carga. Se for adequado, você deve dispor a carga deitada e com o lado mais pesado voltado para baixo e situado mais ao centro da carroceria.
Cargas de alta densidade também precisam de atenção especial. Primeiramente, é preciso ter certeza de que a carroceria do caminhão é a mais recomendada para o transporte.
Se for, fique ciente que pouco volume já alcançará a capacidade de carga máxima que o caminhão suporta. Não se deve concentrar a carga entre os eixos da carroceria, pois pode causar empenamentos ou trincas. O mais correto é dividir em dois volumes e colocá-los sobre os eixos proporcionalmente.
Com a carga devidamente distribuída, proceda à amarração a fim de evitar deslocamento das mercadorias e possíveis avarias. Se existirem muitos espaços entre as caixas, as chances de deslocamento aumentam. Por isso, recomenda-se preencher os espaços vazios com isopor ou mantas.
Conhecer e respeitar a capacidade de carga de cada veículo ajuda a evitar acidentes e prejuízos financeiros. Além disso, a empresa ganha mais credibilidade diante dos clientes, que preferem fazer negócios com empresas que garantem segurança no transporte das mercadorias.
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