Quem atua com a gestão de uma empresa sabe que o cotidiano desse trabalho envolve um cuidado especial com as finanças. Margem de lucro, capital de giro e ponto de equilíbrio são apenas alguns dos termos que indicam como anda a saúde financeira do empreendimento.
É importante conhecer esses conceitos e buscar ferramentas que ajudem a acompanhar os resultados obtidos. Inclusive, quem deixa para se preocupar com o andamento das finanças quando percebe que o capital de giro é insuficiente pode correr sérios riscos.
Por isso, elaboramos este conteúdo para esclarecer dúvidas e demonstrar como esse conceito se aplica à realidade das transportadoras. Confira!
Em termos simples, o capital de giro é o montante de recursos necessários para que a empresa possa manter a sua operação em pleno funcionamento. Esse valor é destinado às mais diversas áreas, como a quitação de impostos, o pagamento de fornecedores e os custos com a folha de pagamento.
A relação com os clientes também tem impacto na disponibilidade de capital de giro. Isso ocorre porque o prazo de pagamento dos clientes interfere na capacidade de arcar com as contas que têm vencimento específico, como salários e tributos.
Além disso, esse valor deve ser calculado no momento de abrir uma nova empresa que, até o início das atividades, não gera receitas. Esse caso é bastante comum quando a expectativa de vendas identificada durante a fase de planejamento não se concretiza. Nesse caso, o empreendedor deve ter esse valor acumulado antes de iniciar a suas atividades e equilibrar as contas nos primeiros meses em que funcionar no vermelho.
Em geral, as transportadoras são remuneradas após a conclusão dos serviços de frete. Esse modelo de pagamento pode ser considerado a prazo, de acordo com as regras descritas no contrato com seus clientes.
Na maioria dos casos, os clientes registram a conclusão da prestação de serviços quando recebem a comprovação de entrega. Seja por meio do documento de CT-e carimbado e assinado ou pelo aviso de entrega eletrônico, quando a empresa dispõe desse tipo de sistema.
Nesse momento, começa a contar o prazo para pagamento, que pode variar de acordo com o processo interno de cada cliente. Além disso, é importante ficar atento aos casos de atrasos e inadimplência, o que prolonga ainda mais o período para recebimento.
Desse modo, as empresas precisam contar com uma fonte de recursos para o pagamento das suas obrigações do dia a dia, até a entrada de receitas. Algumas estratégias podem ser implementadas para minimizar o impacto da queda do capital de giro.
Observamos que, muitas vezes, os termos “capital de giro” e “fluxo de caixa” são utilizados como sinônimos, mas, na realidade, representam aspectos diferentes da gestão financeira.
Nesse caso, quanto mais equilibrado for o fluxo de caixa, maior será a disponibilidade de recursos. Por esse motivo, a alocação do dinheiro da empresa deve seguir um planejamento rigoroso que leva em consideração a redução dos custos, a redução da inadimplência e a negociação de prazos mais favoráveis.
Umas das principais causas para a diminuição do capital de giro é a queda no volume de vendas. No caso de uma transportadora, esse cenário é traduzido pela redução na quantidade de mercadorias enviadas. Para minimizar o impacto, duas ações podem ser tomadas.
A primeira delas tem relação com esforços para conquistar novos clientes que poderiam suprir esse fluxo de receitas. Contudo, essa opção também gera o aumento proporcional dos custos, uma vez que será necessário aumentar o número de viagens realizadas, contratar motoristas e, até mesmo, expandir a frota.
Note que essa não é uma mudança decorrente do crescimento natural da empresa, o que é bastante positivo. A outra opção é a otimização dos serviços de frete com o intuito de reduzir os custos operacionais.
Essa prática busca a melhoria dos resultados, a economicidade e a redução de desperdícios. As transportadoras podem optar por aprimorar a lotação dos veículos, programar as entregas e roteirizar o trajeto de distribuição para economizar combustível.
A gestão do ciclo financeiro é um dos pilares para entender como o capital de giro funciona. Portanto, ao fechar acordos com clientes, negocie condições mais vantajosas quanto ao prazo de recebimento pelo serviço prestado.
Não tenha medo de oferecer benefícios como a disponibilidade de veículos, a flexibilidade e a agilidade da entrega para valorizar a sua empresa. Se a redução do prazo for inviável, então, argumente sobre a aplicação de cláusulas contratuais mais rígidas quanto à inadimplência. Assim, é possível minimizar o risco de atrasos no pagamento por parte dos clientes.
Quando a empresa já se encontra em uma situação preocupante, é necessário solucionar o problema com agilidade. A busca de crédito junto ao mercado é uma das alternativas mais comuns para impedir que os prejuízos cresçam. Existem diversas formas que podem ser adotadas, como a utilização do cartão de crédito, o que não gera juros, mas ajuda a postergar a data do pagamento até o vencimento da fatura.
Se o seu objetivo é quitar as contas de curto prazo, o processo de antecipação de recebíveis pode oferecer um fôlego extra até a entrada de receitas. Essa operação pode ser feita com o recebimento em espécie de vendas a prazo com cartão de crédito, cheque e duplicatas.
Já outras modalidades de crédito podem ser consideradas quando a necessidade de crédito é maior. Nesse caso, empréstimos e financiamentos podem ser buscados, porém, é preciso avaliar as taxas de juros cobradas e a necessidade de empregar algum tipo de garantia.
Por fim, é importante destacar como uma reserva de recursos é a solução ideal para evitar surpresas que podem causar o desequilíbrio financeiro da empresa. Para isso, a palavra-chave é o controle, principalmente sobre as contas a pagar e a receber, que influenciam o capital de giro.
O sucesso da gestão de empresa é um esforço diário que exige a aquisição de novos conhecimentos e habilidades. Por isso, recomendamos a leitura do nosso guia completo para uma gestão fiscal eficiente na transportadora.