A falta de habilidade ou treinamento do motorista eleva os riscos de ocorrência de acidentes, comprometendo a integridade das pessoas envolvidas e os prazos de entrega, além de causar danos à carga. A imperícia no trânsito é, de fato, um dos grandes problemas do setor de transportes.
Ela está relacionada à ausência de conhecimentos para execução de determinadas tarefas. No caso dos motoristas, ela pode ser resultado da falta de prática na condução dos veículos ou mesmo do despreparo frente a determinadas situações no trânsito.
Além de afetar a execução do processo e causar danos ao patrimônio, a imperícia causa transtornos no trânsito, gera o risco de multas e autuações e traz grandes perdas materiais. Quer saber como identificar e combater o problema? Acompanhe em nosso post!
Quando analisamos o comportamento de motoristas na direção, diversos elementos podem ser observados que afetam a capacidade de reagir com agilidade e prevenir acidentes.
Podemos citar a imprudência, que ocorre quando o condutor dirige de forma perigosa e, frequentemente, infringe a legislação de trânsito. Esse comportamento expõe outros motoristas, passageiros e pedestres a riscos desnecessários. Essa prática também ocorre quando há condições adversas ou quando o estado das vias é precário e, mesmo assim, o motorista não ajusta o seu modo de dirigir.
Já a negligência tem relação com a condução do veículo sem adotar a devida à atenção ou realizar manobras sem tomar as devidas precauções. Esse é um caso claro de descaso no qual não há preocupação com:
Diferentemente da imprudência e da negligência (conceitos relacionados à falta de cuidado e atenção), a imperícia é a inabilidade e a ausência de conhecimento técnico. Ou seja, ela define alguém que deveria ter capacitação específica para realização da atividade, mas não tem, por inexperiência ou por despreparo.
No caso dos motoristas, que são habilitados e passaram por treinamento, a imperícia, normalmente, está relacionada à falta de prática na atividade. Muitos não sabem lidar com determinadas situações, como tráfego pesado nas estradas, necessidade de desvios ou a falta de familiaridade com a região. Em razão da insegurança, adotam comportamentos que aumentam os riscos da viagem.
De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), a cada uma hora, em média, ocorrem cinco óbitos decorrentes de acidentes de trânsito. Entre os anos de 2008 e 2016, período analisado pelo estudo, mais de 360 mil pessoas morreram nas estradas e ruas do país como resultado de tais ocorrências.
Além dos danos à vida e da sobrecarga dos serviços de saúde para atendimento das vítimas, os acidentes causam problemas de trânsito, já que muitas vezes as vias são interrompidas, afetando de forma indireta um enorme número de pessoas. Veículos são danificados e, no caso do transporte de cargas, muitas mercadorias são perdidas.
Quando se trata de transporte de produtos perigosos, os danos decorrentes de acidentes são ainda maiores, pois a carga pode atingir o solo e o lençol freático, gerando a contaminação ambiental de grandes proporções.
Dessa forma, a imperícia, assim como a negligência e a imprudência, deve ser combatida de todas as maneiras. Orientação sobre as boas práticas, atendimento à legislação de trânsito e treinamento são ações fundamentais para evitar a ocorrência de acidentes.
Vale acrescentar que a imperícia gera responsabilidade civil e criminal aos responsáveis pelos danos, de acordo com os artigos 617 e 951 do Código Civil e o artigo 18 do Código Penal.
A movimentação de cargas é um dos pilares da economia nacional, uma vez que possibilita o escoamento de produtos tanto para o mercado interno como para exportação. Por esse motivo, o comportamento dos motoristas tem relação direta com a produtividade e os resultados da operação.
Erros cometidos ao volante e atitudes perigosas estão entre as principais causas de multas e sinistros durante a viagem. Esse é um trabalho que requer cuidado para manter a integridade física da carga e a segurança do trabalhador.
Da mesma forma, esse descuido pode levar ao desgaste antecipado das peças, nos casos mais leves e causar acidentes, nos cenários mais graves. Esses fatores podem causar a indisponibilidade do veículo para reparos, causando o aumento dos custos e a sobrecarga da frota devido à ociosidade.
Além disso, atraso nas entregas ou danos nos produtos afetam a relação com os clientes e resultam em reclamações e gastos com a devolução das mercadorias. Para evitar o desgaste da imagem da empresa é indispensável dedicar tempo e recursos para treinar e monitorar as ações dos condutores.
Na maioria dos casos, a imperícia pode tornar-se uma armadilha que afeta todos os elos da cadeia de suprimentos. No caso das transportadoras, um motorista que não adquiriu os conhecimentos necessários para desempenhar essa função comete diversos erros que podem assumir proporções graves.
Estamos falando de hábitos simples como arrancadas desnecessárias e a troca de marchas na hora errada que podem resultar em problemas na direção do veículo. Tais hábitos, que no decorrer do tempo podem transformar-se em padrões de conduta que devem ser corrigidos para prevenir a incidência de infrações e as subsequentes penalidades ao condutor e a transportadora.
Além da responsabilidade civil e criminal que citamos, o operador logístico enfrenta outras consequências em função da imperícia dos motoristas. Confira, a seguir.
Acidentes representam danos materiais importantes para as transportadoras. Além das vítimas, os veículos e a carga podem sofrer danos. Quando isso acontece, a empresa precisa arcar com o custo de seguros e indenizações, interromper a operação do veículo para a realização de reparos.
De acordo com o tipo de produto o operador logístico pode responder por problemas maiores, como a necessidade de descontaminação ambiental, se a carga for um produto perigoso. Além disso, o pagamento de multas por infrações de trânsito também podem ser decorrentes de imperícia do motorista e afetar as finanças da empresa.
A frota é o patrimônio mais importante para uma transportadora, por esse motivo a sua utilização otimizada é fundamental para prolongar a sua vida útil. Mesmo que o veículo não se envolva em acidentes de trânsito, a condução irresponsável pode ocasionar prejuízos financeiros devido ao aumento do consumo de combustíveis e de lubrificantes.
Além do aumento dos custos operacionais causado pelo desgaste de componentes como dos pneus, eixos e amortecedores, há a ociosidade do veículo. Esse é um problema que gera o atraso das entregas, a sobrecarga da frota e a elevação do indicador de hora-extra para atender a demanda dos clientes.
A imperícia dos motoristas é uma das principais causadoras de acidentes no trânsito. De acordo com levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária, cerca de 90% das ocorrências são decorrentes de falha humana, como falta de atenção ao conduzir e desrespeito à sinalização.
Conforme o estudo, os principais fatores que causam (ou agravam) os acidentes são desrespeito à sinalização de trânsito, uso de celular ao volante, falta ou não utilização de equipamentos de segurança, como cinto e capacete (no caso de motociclistas), e consumo de substâncias como álcool.
A imperícia pode danificar a carga de várias maneiras. O principal risco é a perda das mercadorias em acidentes que podem ser danificadas ou saqueadas pelos indivíduos presentes no local.
Há também casos em que o carregamento inadequado ou inseguro, que leva à sobrecarga do caminhão e, assim, aumenta a possibilidade de tombamento durante o trajeto. Muitas vezes, o cumprimento do prazo de entrega é essencial para a qualidade do produto, no caso de itens perecíveis, e deve ser seguido com rigor.
A perda ou o comprometimento de uma carga não acarreta somente prejuízos materiais. Esse tipo de ocorrência traz desgaste com seus clientes e gera prejuízos à credibilidade de sua empresa. Afinal, como fica a reputação de uma empresa que é conhecida pelo seu histórico de danos às cargas e atrasos nas entregas?
A principal tarefa de um motorista contratado por uma transportadora é dirigir com segurança. Porém, cabe ao gestor logístico analisar e identificar os sinais que indicam que um condutor não dispõe da perícia necessária para assumir a tarefa de transportar mercadorias.
Para possibilitar esse processo, listamos os principais fatores a serem avaliados.
A lista de infrações mais frequentes nas estradas inclui o excesso de velocidade, a falta de cinto de segurança e estacionar em local proibido durante o processo de carga e descarga. Por isso, no momento da contração de um condutor é importante solicitar documentos que confirmem informações sobre a habilitação do motorista.
Esse instrumento é chamado de certidão de histórico de motorista e contém a comprovação da categoria para guiar caminhões, eventuais processos e o registro de multas. A veracidade do documento também pode ser validada por meio do sistema do Detran estadual e garante que os dados estão atualizados e corretos.
A presença de câmeras de segurança é um elemento que ajuda a inibir práticas que poderiam resultar em acidentes ou penalizações. Quando o profissional está ciente que a sua jornada de trabalho está sendo monitorada é percebida uma alteração do seu comportamento enquanto dirige.
Nesse caso, as câmeras registram a imperícia quando ocorrem, como quando o condutor adota hábitos arriscados. Por exemplo, dirigir enquanto manuseia ou fala ao celular é uma das infrações mais comuns e são responsáveis por acidentes graves.
Ao contratar os serviços de um motorista de veículos pesados é importante considerar a sua familiaridade com a direção desse tipo de caminhão. Como a imperícia manifesta-se pela falta de conhecimento ou aptidão técnica, a transportadora pode organizar testes tanto teóricos quanto práticos para selecionar os candidatos com as habilidades necessárias.
Essa é uma medida que ajuda a comprovar a experiência na direção e a demonstra como o profissional poderia reagir em situações que acontecem no cotidiano da operação de transportes. Além disso, essa prática gera um registro que podem ser utilizados para avaliar o desempenho da equipe.
Como qualquer profissional na área de logística, é fundamental que o perfil do candidato seja considerado durante o processo de seleção. Por isso, observe a sua compostura, a sua forma de interação com colegas e clientes e o seu comportamento em situações difíceis.
A atividade de transportes pode ser afetada por imprevistos que podem prejudicar o seu andamento. Por isso, é importante identificar a conduta do motorista durante engarrafamento ou em caso de defeitos no veículo.
Aproveitando o tema do tópico anterior é recomendado avaliar o histórico profissional antes de contratar um motorista para trabalhar com a sua frota. Por isso, cheque as referências de empregadores anteriores e consulte:
Não hesite em fazer perguntas que poderiam evitar problemas no futuro, pois você está apenas resguardando a sua empresa.
Como você percebeu, a imperícia dos profissionais envolvidos com o armazenamento e o transporte de cargas pode trazer vários prejuízos à sua empresa, desde despesas materiais decorrentes de acidentes e indenizações, até perda de clientes em função da desconfiança.
Por essa razão, é fundamental combater o problema, sempre reforçando as boas práticas junto à equipe. Algumas iniciativas também são fundamentais por parte dos gestores logísticos:
A imperícia no trânsito representa um desafio que pode impactar os resultados da sua empresa, reduzindo a sua capacidade produtiva, competitividade e rentabilidade. Nesse cenário, a sua estratégia deve contemplar iniciativas para a disseminação de boas práticas de segurança ao volante e a atenção as obrigações previstas na legislação de trânsito.
O nosso compromisso é tornar a sua operação cada vez mais qualificada. Por isso, se você gostou das informações e quer receber mais dicas sobre segurança no processo logístico basta assinar a nossa newsletter para ficar por dentro das novidades!