Você está entre os profissionais da área de logística que têm conhecimento sobre o que é Proconve? A sua empresa está em dia com as diretrizes do programa? Você pode dizer que faz parte de uma organização comprometida com a redução de poluentes no setor de transportes?
Sob o ponto de vista ambiental, a atividade logística é uma das principais causas do elevado nível de poluição atmosférica que enfrentamos atualmente. Por isso, é natural que projetos sejam criados com o intuito de modernizar a prestação de serviços e minimizar o impacto da circulação de veículos pesados.
Se você tem interesse em conhecer como é possível modificar a operação sem abrir mão da produtividade, este conteúdo traz as informações que você precisa. Continue lendo o nosso guia e saiba mais!
A atividade logística está sujeita a diversas normas que determinam em quais condições esse serviço pode ser desempenhado. Existe a legislação de trânsito que descreve desde a qualificação do motorista para dirigir caminhões até as penalidades em caso de excesso de peso.
Da mesma forma, as normas tributárias determinam, com rigor, quais tributos incidem sobre a operação e como funciona o seu recolhimento. Além disso, há a incidência das leis trabalhistas que preveem os direitos e deveres quando há a contratação de um motorista autônomo.
Por esse motivo, é natural que questões ambientais também sejam contempladas em projetos de lei. Hoje, o principal instrumento que temos com esse propósito é o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve).
Para que você conheça detalhadamente o que é Proconve, vamos contar um pouco sobre a sua história e conquistas.
O Proconve foi instituído no ano de 1986 como resposta ao crescente aumento da frota brasileira e da intensificação do tráfego nas grandes cidades. Problemas como congestionamentos, poluição do ar e sonora, e os danos à saúde são fatores que motivaram a criação desse programa pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
O seu objetivo é controlar e reduzir a emissão de poluentes por automóveis, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. Para isso, foram criados limites máximos de emissão e prazos para que essas melhorias sejam efetivadas.
Essa é uma mudança que afeta não somente as empresas de transportes, que deverão adaptar ou substituir os veículos que não se enquadram nas regras, mas também influencia as montadoras.
Desde a sua criação, as normas Proconve determinam limites cada vez mais rigorosos para que as otimizações possam ser realizadas. Isso envolve a indústria de peças automotivas, a criação de alternativas de combustíveis menos poluentes e a qualificação de profissionais especializados.
Para incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias, o programa prevê o aporte de investimentos para subsidiar pesquisas voltadas para o aperfeiçoamento da indústria de veículos e transportes.
Além disso, conforme as fases avançam são criados métodos de inspeção e manutenção para garantir que todas as diretrizes estão sendo seguidas.
Como mencionamos, o Proconve está em vigor desde 1986, porém o projeto estava focado nos veículos leves. Contudo, foi identificado que a condição precária da frota de caminhões era responsável pela emissão de poluentes extremamente tóxicos e nocivos à saúde.
Por isso, a partir de 1987 foi dado início a estratégia voltada para veículos pesados que, além de descrever o que é Proconve, também criava as chamadas fases P.
Em 1987 foi dado início ao projeto que, nesse momento, ficou restrito ao controle da emissão de fumaça de caminhões e ônibus urbanos. A principal modificação foi à calibragem dos sistemas de injeção de combustível para reduzir a emissão de material particulado e óxido de nitrogênio (NOx).
A partir de 1994, as normas ambientais passaram a contar com diretrizes claras sobre o processo de inspeção dos veículos a diesel de acordo com essa fase do programa. Esse requisito serviu para acompanhar as mudanças realizadas nas câmaras de injeção e implantação do sistema de resfriamento do ar de admissão.
Também estabeleceu limites referentes à emissão de ruídos por veículos em aceleração e enquanto parado. Essa mudança valia para veículos novos, tanto nacionais como importados.
A fase que teve início em 1996 representa um marco para o andamento do programa. Nesse momento, os limites instituídos se tornaram ainda mais baixos quanto à presença de enxofre nos combustíveis e a emissão de gases poluentes.
Como resultado, as empresas fabricantes de veículos precisaram realizar mudanças mais abrangentes nos componentes dos veículos que deixaram as fábricas a partir daquele ano.
No ano 2000, a progressão do programa exigiu que 80% dos veículos atendessem as regras de acordo com as diretrizes do CONAMA. As melhorias ficaram restritas ao funcionamento dos motores e aos sistemas de injeção, que passaram a contar um conjunto de multiválvulas.
Em 2004, a principal mudança ficou por conta da otimização dos combustíveis. Em um acordo firmado entre montadoras e refinarias foram implementadas diversas inovações. Os motores passaram a contar com injetoras de alta pressão, turbo e intercooler com o intuito de adequarem-se aos novos limites.
Já as refinarias atuaram com o desenvolvimento de insumos considerados limpos, ou seja, com baixo potencial poluidor. Hoje, o Brasil adiciona 22% de álcool à gasolina, o que gerou um produto de alta qualidade e de baixo impacto ambiental.
Esta fase, iniciada em 2009, marca o período em que o país não foi capaz de atingir os limites estabelecidos. Parte do problema deve-se a indisponibilidade do diesel adequado. Várias áreas foram afetadas como o desenvolvimento e a logística do combustível. Também não houve a adição de ureia nos veículos, o que poderiam ter contribuído para a melhoria dos resultados.
Começou no ano de 2012 a fase em que nos encontramos até hoje, cuja meta era a redução de 60% nas emissões de óxidos de nitrogênio. Esse é um composto responsável por criar fumaça tóxica e chuva ácida.
Entre as mudanças propostas estava a ampliação da utilização do Arla 32. Esse composto químico é injetado no escapamento dos veículos que possuem o sistema de Redução Catalítica Seletiva (SCR).
A sua ação converte partículas de óxido de nitrogênio (NOx) presentes na fumaça em nitrogênio e água. A sua presença é responsável por reduzir em até 98% as emissões de óxido de nitrogênio na atmosfera nos motores de combustão a diesel.
Vale lembrar que esse não é um projeto que existe apenas no Brasil, a maioria dos países está comprometida com a criação de um ambiente propício à atividade econômica, porém com foco na preservação ambiental.
Por isso, fica claro com a evolução das etapas do programa demonstra como é possível adaptar a indústria de transportes e implementar otimizações que geram resultados reais. Essa é uma iniciativa que começa com a educação dos profissionais a respeito do que é Proconve e as suas conquistas nos últimos anos.
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