As condições gerais ruins das rodovias brasileiras reduzem a segurança de quem circula por elas e também aumentam consumo de combustível, tempo de viagem e custos de manutenção dos veículos, de lubrificantes, de pneus e de freios. Nas vias onde o pavimento é considerado péssimo o aumento chega a 91,5%. Em rodovias ruins, o aumento é de 65,6%; em regulares, 41,0%. Nas rodovias com pavimento bom, o incremento foi calculado em 18,8%. Quando o pavimento é considerado ótimo, não há aumento do custo operacional. Os dados são da Pesquisa CNT de Rodovias 2015.
Ao considerar a média de toda a extensão de rodovias avaliadas no Brasil, o impacto nesse custo operacional é de 25,8%, sendo que nas vias públicas o percentual é de 29,3% e nas concedidas, de 11,3%. O maior incremento no custo ocorre nas rodovias públicas da região Norte (36,7%), que tem muitos trechos com problemas graves no pavimento. E o menor se dá na malha concedida do Sudeste (7,6%).
Como o custo do transporte, com destaque para o rodoviário, impacta diretamente no preço final dos produtos comercializados no mercado nacional, consequentemente, o nível de preços do país é influenciado pelas condições não ideais da infraestrutura das rodovias.
Investimentos em 2015
Os recursos para melhorar a infraestrutura de transporte são insuficientes e, além disso, o montante autorizado não é aplicado na velocidade necessária devido ao excesso de burocracia e outros problemas gerenciais do poder público. Em 2015, até o mês de setembro, o governo federal havia realizado apenas R$ 4,47 bilhões (43,3%) dos R$ 10,34 bilhões autorizados para ações de adequação, manutenção e construção de rodovias.
Conforme o último Plano CNT de Transporte e Logística, de 2014, são necessários pelo menos R$ 293,88 bilhões e 618 projetos para solucionar os problemas das rodovias brasileiras. Se considerar todos os modais, o plano indica 2.045 intervenções e quase R$ 1 trilhão. Entretanto, em 2014, o Brasil investiu apenas R$ 9,05 bilhões em rodovias. A expectativa é de que, em 2015, esse percentual apresente um valor ainda menor diante dos cortes provocados pelo ajuste fiscal do governo federal na tentativa de restabelecer as contas nacionais.
As possíveis consequências dessa contração dos recursos para o transporte são a paralisação de obras essenciais ao progresso do país e à retomada do crescimento das atividades produtivas, a deterioração adicional das condições da infraestrutura instalada do setor por falta de manutenção e o aumento do custo operacional dos transportadores.
Fonte: Agência CNT de Notícias