A utilização de um tacógrafo é obrigatória nos veículos que transportam carga pelas rodovias. É um produto que aumenta a segurança dos serviços e contribui para um trabalho mais equilibrado. Isso é bom para a empresa e para o motorista — e para o cliente também, que conta com a garantia de um trabalho confiável.
A transportadora que se preocupa em seguir as determinações da lei e em implementar soluções que melhoram a qualidade na prestação de serviços se destaca no mercado por seu potencial competitivo. Ter diferenciais, como alta qualificação, é importante para enfrentar os desafios e sobreviver mesmo diante da concorrência.
Afinal, o que é tacógrafo? Rapidamente vale apontar que se trata de um aparelho de medição que ajuda nos processos logísticos de uma transportadora. A função do tacógrafo é registrar a quantidade de quilômetros percorridos e a velocidade com que o caminhão se desloca nas estradas. Isso significa que o tacógrafo permite saber quantos quilômetros foram percorridos em um determinado período.
Na verdade, o nome completo do aparelho é Registrador Instantâneo Inalterável de Velocidade e Tempo. Outro nome é “cronotacógrafo”. Claro que, como a tendência é sempre simplificar as coisas, o nome mais popular é “tacógrafo”.
Costumam comparar esse aparelho à caixa-preta usada nos aviões, já que ela tem a função de registrar os dados sobre a navegação do veículo. No entanto, ao contrário da caixa-preta, o próprio motorista pode acessar e verificar os dados do registro. Da mesma forma, os representantes da empresa e as autoridades também têm acesso a esses registros.
Hoje, o tacógrafo é utilizado para monitorar caminhões e ônibus, mas inicialmente era utilizado em trens. Ele foi criado no século XIX como um aparelho capaz de medir tempo, velocidade e distância.
O seu inventor foi o alemão Max Maria von Weber, filho do compositor Carl von Weber, que compôs Franco Atirador, considerada a primeira ópera do Romantismo alemão.
A invenção de Max tornou-se um instrumento valioso que ainda hoje é usado para controlar e fiscalizar condutores e veículos, garantindo mais segurança e confiabilidade no transporte de carga.
Como vimos, o tacógrafo tem a finalidade de registrar distância e velocidade do transporte de carga, certificando-se que ele está andando dentro dos limites definidos pela lei. Se, em determinado trecho, a velocidade máxima permitida for de 40 km/h e o caminhão se deslocar a 50 km/h, o aparelho registrará essa infração.
Por isso, é um equipamento útil para garantir maior segurança nas estradas. Ele registra dados importantes e, ao mesmo tempo, trabalha como um dispositivo que fiscaliza o motorista enquanto se desloca na rota de entrega. Contribui para otimizar a segurança para todos: transportadora, motorista, cliente e terceiros. Além disso, ajuda que a empresa se mantenha dentro da legalidade, ou seja, em conformidade com o que determinam os órgãos do governo responsáveis pelo transporte de cargas.
Já sabemos o que é um tacógrafo, qual a função dele. Vamos nos deter agora explicando como ele funciona. A tecnologia usada não é complexa e, devido a essa simplicidade, é um produto fácil de usar e gera informações que podem ser avaliadas e interpretadas com rapidez.
A tecnologia, apesar de simples, é muito eficiente, pois registra, ao mesmo tempo, velocidade e quilometragem do caminhão, determinando a distância percorrida em um período específico.
Podem ser identificadas informações relevantes, como:
No interior do aparelho, existe um disco diagrama que faz o registro de todas as informações e precisa de substituição periódica, dependendo do modelo (a troca pode ser diária ou semanal). Assim, dependendo da distância a ser percorrida, é preciso disponibilizar para o motorista uma quantidade suficiente de diagramas.
O registro é gerado na forma de gráfico, mas a análise é fácil, não requer a utilização de softwares, nem de cursos ou treinamentos profundos. Pessoas que tenham um determinado conhecimento sobre gráficos e entendam como funciona o tacógrafo estão aptas a analisar e interpretar o registro.
No centro do dispositivo, existe um espaço destinado à anotação de dados relevantes, alguns obrigatórios e outros não obrigatórios. O preenchimento obrigatório envolve:
O preenchimento não obrigatório envolve:
Ainda que esses dados não sejam obrigatórios, para o gerenciamento logístico eficaz, eles devem ser preenchidos. Somente com todos os dados, o monitoramento completo será possível.
Desde 2009, os aparelhos devem passar por verificação regular, o que torna as medições mais confiáveis. O período é de dois anos entre uma verificação e outra. O instrumento precisa de inspeção e aprovação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
O aparelho deve, portanto, apresentar a certificação relacionada à verificação após ser efetuada a selagem e todos os ensaios nos postos credenciados de ensaio e de verificação.
O Inmetro até oferece um aplicativo para celular que torna mais prática essa verificação. Trata-se do CertCrono, disponível, por enquanto, apenas para o sistema operacional Android. Ele foi desenvolvido pelo Inmetro/Surrs, possibilitando rápidas consultas — basta digitar a placa do veículo.
Outra forma de verificar se o veículo traz irregularidades em relação ao tacógrafo é recorrendo a essa outra opção, muito prática também. Acesse a página de cronotacógrafo do site do Inmetro e digite a placa do caminhão. Se aparecer a mensagem “Nenhum documento informado para os dados encontrados”, isso quer dizer que há completa irregularidade.
Para concluir essa parte, apresentamos uma lista dos postos que têm autorização do Inmetro para ensaio, selagem, certificação e GRU (Guia de Recolhimento da União):
Agora que já descobriu o que é tacógrafo e como funciona, vale acrescentar que o uso do dispositivo é obrigatório nos caminhões. Já fizemos menção a isso logo no início do artigo, mas vale a pena realçar. Essa obrigatoriedade visa ao aumento da segurança nas rodovias.
Cientes de que estão sob monitoramento constante, os condutores tomam uma posição mais responsável e defensiva enquanto dirigem. Quando não se usa o tacógrafo, o veículo fica sujeito a penalidade devido à infração de grau médio.
A quantidade de acidentes nas rodovias, inclusive envolvendo os veículos de grande porte, são altos. Em boa parte desses acidentes, há vítimas fatais. Apostar na estratégia de monitoramento por meio do tacógrafo é uma solução para reduzir os riscos. Além de eficiente, é uma opção barata e simples.
No artigo 105 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a lei define que o tacógrafo e o cinto de segurança (e outros dispositivos) são obrigatórios:
I — cinto de segurança, conforme regulamentação específica do CONTRAN, com exceção dos veículos destinados ao transporte de passageiros em percursos em que seja permitido viajar em pé;
II — para os veículos de transporte e de condução escolar, os de transporte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga com peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo [tacógrafo].
O Código de Trânsito Brasileiro existe desde 1997 e. data dessa época, a obrigatoriedade do uso do equipamento em caminhões com peso bruto acima de 4.536 kg (4,536 toneladas) e em veículos que transportam passageiros com espaço para mais de 10 pessoas.
Em relação às determinações do CONTRAN que falam do assunto, são elas: Resolução nº 14/1998 e Resolução nº 87/1999. O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) é o órgão mais importante normativo e consultivo do Sistema Nacional de Trânsito.
De acordo com a Resolução nº 92/1999, a fiscalização de uso do tacógrafo deve ser efetivada pelos órgãos executivos de trânsito. A fiscalização relacionada à verificação e selagem do produto deve ser efetuada pelo Inmetro com suporte dos órgãos de trânsito.
O tacógrafo ganhou ainda mais destaque depois que a nova Lei do Caminhoneiro foi promulgada (Lei nº 13.103/2015). A legislação trouxe mudanças relevantes no que se refere à jornada de trabalho do motorista e o tacógrafo se transformou em um dos principais aliados na gestão dos fluxos operacionais das transportadoras.
Hoje em dia, há dois tipos de tacógrafos.
O tacógrafo digital usa uma fita diagrama, isto é, uma bobina semelhante às bobinas do cupom fiscal, para revelar as informações que foram registradas. Daremos mais detalhes sobre ele adiante.
O tacógrafo analógico é o convencional, que faz uso do disco diagrama, confeccionado em papel com camadas de tinta e cera. O disco diagrama tem as dimensões de um CD e, historicamente, corresponde a 90% do mercado.
A versão mecânica apresenta três agulhas ou sondas de metal. Elas registram por pressão as leituras sobre o disco diagrama. Existe um cabo mecânico que é integrado à saída da caixa de câmbio.
Existe também o tacógrafo analógico eletrônico, que efetua as mesmas medidas do anterior, mas usa sinais eletrônicos ou display digital, e não cabo mecânico — é um produto mais compacto.
Esse disco, como o nome diz, serve apenas para um dia de viagem. Tem, como principal característica, um orifício oval centralizado. É uma opção mais usada pelas empresas de ônibus.
Esse disco contém sete discos e registra 24 horas de trabalho em cada disco. Sua característica principal é um orifício na forma de círculo e um recorte entre 00:00 h e 24:00 h.
Além de registrar a distância percorrida e a velocidade, o tacógrafo registra a quantidade de horas que o motorista trabalhou, o tempo dispendido nas paradas e nos intervalos, a velocidade média durante o trajeto.
É importante que as transportadoras usem o aparelho para se certificar se o motorista está efetivamente respeitando os limites de velocidade definidos pela legislação. Ao usar o tacógrafo, podem ser evitadas situações desagradáveis, como:
Ao evitar esses transtornos, a empresa evita também mais gastos, ou seja, consegue economizar dinheiro. A transportadora, a partir do tacógrafo, consegue ainda fazer a identificação dos condutores que estão gerando prejuízos para o negócio e aqueles que estão efetivando um trabalho confiável e seguro. Nesse sentido, o tacógrafo ajuda a separar o “joio do trigo”, contribui para selecionar os profissionais mais qualificados.
Para os condutores, o equipamento é valioso porque as informações registradas funcionam como testemunho de sua inocência em casos de acidentes. Podem ser usadas como provas. Também podem ajudar na contestação de multas indevidas por velocidade acima do limite permitido ou em ações trabalhistas para receber indenização por horas de trabalho excessivas. Enfim, todas as partes envolvidas ganham com o uso do tacógrafo. Ele representa total transparência nos serviços de entrega.
Esse aparelho, que surgiu no século XIX, é usado no mundo inteiro como um instrumento que controla e fiscaliza os caminhões que transportam cargas, bem como o nível de responsabilidade e desempenho de motoristas. Ele contribui, assim, para que o gerenciamento de pessoal e de velocidade se torne mais eficiente.
Falamos sobre os dois tipos de tacógrafos: digital e analógico. Mas não basta saber o que é tacógrafo, é importante escolher bem o aparelho que vai implementar na empresa.
Naturalmente, como o desenvolvimento tecnológico é a tendência, o aparelho digital deveria ganhar mais espaço nos veículos que transportam carga. Ele se parece ainda mais com um GPS (o conhecido rastreador de frota), o que é uma boa vantagem.
Por ser mais desenvolvido, ele custa mais caro que o tacógrafo convencional. Esse é um dos motivos pelo qual ele ainda não é muito usado no Brasil. A versão digital chegou em nosso país em 2003.
O uso é mais simples e o aparelho oferece uma quantidade maior de informações, como:
Também fornece as informações mais básicas como: os dados dos motoristas (caso viajem em dupla), a distância total entre a origem e o destino, a escala do tempo, o registro da velocidade em um gráfico.
Como falamos, ele usa uma fita diagrama, parecida com as bobinas de papel térmico, que são utilizadas nas impressoras fiscais e não-fiscais. Dessa forma, a leitura das informações fica ainda mais fácil, já que o conteúdo dos relatórios impressos é mais acessível aos interessados.
Quando comparamos os tacógrafos digitais aos analógicos, percebemos que eles são mais seguros na medida em que são menos vulneráveis que os aparelhos convencionais. Por exemplo, empresas e motoristas que agem de má-fé podem fazer adulterações, como:
Essas adulterações são praticadas com a finalidade de enganar os órgãos fiscalizadores e evitar penalidades quando existem irregularidades na forma de condução do motorista, como velocidade excessiva.
É verdade que vários novos modelos de tacógrafos analógicos têm smart cards, o que diminui os riscos de adulteração. Os smart cards (cartões inteligentes) são cartões com tarja magnética e sistemas de segurança mais desenvolvidos. Só que, ainda assim, os aparelhos digitais oferecem mais segurança em relação a fraudes.
Com uma quantidade maior de informações disponível, o monitoramento é bem mais eficaz. Por exemplo, ao combinar os dados sobre a variação de velocidade com os dados de variação de velocidade nas curvas, pode-se até fazer um acompanhamento para prever o tempo de durabilidade, ou vida útil, que ainda resta para os pneus.
Apesar de o preço ser mais alto, algumas transportadoras investem no tacógrafo digital porque consideram seu custo-benefício vantajoso.
Por esses benefícios, a aquisição de um tacógrafo digital é recomendada, mesmo que exija um investimento inicial mais alto. O custo-benefício compensa. Provavelmente, o payback (retorno do investimento) acontecerá em médio prazo na forma de economia dos recursos financeiros.
Os principais modelos e marcas de tacógrafo digital são: VDO (tacógrafo digital BVDR), FIP (tacógrafo digital SPY32) e SEVA (tacógrafo digital SVT-3000-A, tacógrafo digital VT-140, tacógrafo digital DT-1050).
Como se trata de uma obrigatoriedade, um dos principais riscos ao não usar o tacógrafo é a penalização por multa. A Polícia Rodoviária pode solicitar a leitura do aparelho e, se existir alguma irregularidade, ela pode penalizar o motorista e a empresa de transporte. A multa é aplicável nas seguintes situações:
Em qualquer dos casos acima, o motorista perde pontos na CNH e a transportadora é obrigada a desembolsar dinheiro. Além da penalização, quando o tacógrafo não é usado, há um risco maior de o motorista não conduzir o veículo da melhor forma, dirigindo em alta velocidade. Como sabemos, as consequências da alta velocidade nas estradas são graves:
Enfim, podemos afirmar que não usar o tacógrafo corretamente tende a aumentar o custo operacional em transportadora. Ele ajuda a gerar economia, mesmo que seja necessário um investimento maior no começo — como quando se opta pelo tacógrafo digital.
Para concluir o texto, vamos lembrar que toda transportadora, se quiser se manter competitiva e apta a conquistar clientes, precisa seguir as leis e priorizar critérios como segurança, bom atendimento, qualidade e rapidez.
Agora que já sabe o que é tacógrafo, gerenciar a velocidade dos caminhões é uma grande preocupação dessas empresas, não somente porque as infrações resultam em multas, mas porque realmente acontecem sérios problemas quando os limites de velocidade não são respeitados. Quando a fiscalização cobra é porque, de fato, é fundamental evitar riscos para reduzir o número de acidentes nas rodovias brasileiras.
O que achou do conteúdo? Entendeu o que é tacógrafo e trouxe informações importantes para você? Então, compartilhe o texto nas suas redes sociais, com seus amigos gestores e nos grupos de que participa. Vale a pena divulgar conhecimentos para que mais pessoas saibam desses assuntos tão importantes!